domingo, 6 de janeiro de 2013



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A cultura, em diversos momentos e espaços, segue um rumo diferente com a globalização, ressaltando e valorizando as particularidades e especificidades de diferentes grupos humanos. O Gambá, expressão de identidade, legado  da região Norte do Brasil, compõe a galeria de peculiaridades existentes na identidade dos POVOS DA AMAZÔNIA, portanto, por meio dessa e de outras práticas culturais, procuram manter suas características específicas, fruto da vivência junto com os elementos que compõem o meio natural da região. Daí a necessidade de produzir um material escrito e sistematizado desta importante manifestação da identidade desta região, com objetivos de investigar de forma sistemática e abrangente, mapeando o território cultural e identificando a toda sua musicalidade por onde o Gambá se manisfeta, assim produzindo um produto em forma de texto. 
Tudo isso a partir entrevistas nas localidades e comunidades das quais se encontram focos do Gambá, para preservação e proteção, promoção e difussão  deste patrimônio da cultura povo do Pará.
É muito evidente que o chamada GAMBÁ OU GAMBA teve sua origem na África como ramificação das religiões afrodescendente, e se instala no Pará na era colonial como forma de homenagear as entidades das quais os escravos acreditavam e inspiravam suas religiões, para suas suposta proteção, fertilidade e rituais de casamentos, nascimento entre outros.
Mas com a imposição do catolicismo pela igreja, desde o primeiro século de nossa colonização, as entidades de origem africanas começam a ser cultuada e substituída pelos santos católicos, como Ogum sendo S. Jorge, Nossa Senhora da Conceição para Yemanjá, enquanto isso os senhores proprietários de escravo entendiam todo este ritual como folclore, até parecia muito confortável para entenderem desta forma.

Quilombo da Maria Ribeira em Gurupá- PA


Esta expressão de identidade trouxe uma musicalidade muito latente, percussiva e particular desta tradição africana que se estabeleceu na região de Gurupá, Porto de Móz, Almeirim e Aveiro no Pará. Sua origem remonta a séculos e às danças e cantos de terreiro, ou seja, praticadas nos rituais religiosos do Candomblé que com o decorrer dos anos foi incorporando elementos indígenas e brancos. O nome dessa tradição está relacionado à utilização do chamado Tambor de Gambá nas apresentações. Esse instrumento consiste em um tambor, com aproximadamente um metro de comprimento feito de tronco de madeira e pele de animal; seu som lembra o ruído do gambá (animal). Esse tipo de batuque é largamente utilizado na região Norte do Brasil em outras apresentações, como Marambiré. Ajuê de S.Benedito, banguê e Carimbó, mas com sua particularidade, somente mais tarde, com a inserção da fé católica nessa parte da sociedade,  a música com sua dança foi aceita. A mistura da cultura negra e católica nas manifestações folclóricas brasileiras é frequente e está relacionada ao modelo de colonização portuguesa. Na mistura das tradições indígenas, africanas e branca portuguesa se estruturam várias práticas culturais do Brasil. Tais culturas estão na base da identidade nacional e são transmitidas de geração em  geração, sofrendo contínuas adaptações diante das novas realidades, dando origem a danças e festejos que mesclam a tradição ao que pode existir de novo.
A música de terreiro, o Gambá é constituído de brincantes, um “marcador”, um grupo de quatro cantadores, uma mulher solista e seu parceiro. Os demais formam uma roda ou duas fileiras que envolvem o par solista e batem palmas no ritmo executado no “Gambá”, isto é, um tambor feito de tronco de árvore com cerca de um metro de comprimento. A dança se inicia com uma mulher que acena um lenço grande colorido, requebra e mexe o corpo voluptuosamente de modo a provocar o entusiasmo dos demais. Depois de alguns momentos atira-o aos pés de algum dançador do grupo. Este recolhe o lenço e sai em perseguição da dama, que simula fugir das investidas do cavalheiro. O cavalheiro então simula desinteresse e a dama passa a provocá-lo com auxílio do lenço. A dança termina com a aceitação do cavalheiro que, com a dama, improvisa movimentos.








ORIGEM DO NOME GAMBÁ

Os patrões e senhores de escravos apelidavam aquela dança de cultura negra de gambá, pela similaridade com o animal com o odor do animal, pois quando os escravos dançavam suavam muito e como a questão da higiene pessoal era muito precária na época, o cheiro não era um dos melhores.

 FORMAÇÃO DO GRUPO


 Grupo  de gambá Gurupá-Pa)


TAMBOROMAL

Um dos principais tocadores é o Antonio Ramos dos Santos, executa o  tambor chamado de primeira voz, que é o maior instrumento da formação do conjunto, daí também chamado de tamboro grande. É feito de maderia, coro de bicho do mato, geralmente veado, também utilizado couro de gado.


TAMBORO

Tambor médio, que acompanha a folia confeccionado com todos os tambores do Gambá.


TAMBORINE

Tambor menor, sons com maiores frequências de médios


MILHEIRO /XEQUE-XEQUE


 

jovens do quilombo de Maria Ribeira tocando milheiro.

Instrumento agudo,  feito de bambu com grãs de milho dentro.


CACETETE 

Também chamado de pauzinho. Tocado sentado em um dos tamboro e tocando no tamboromal


Cacetete, gera uma frequência média, é tocado na madeira do tamboro, este instrumento depende do outro,  não da para tirar um som característico sem esta tocando junto.


RASPADOR/MESTRE-SALA

Uma espécie de reco-reco artesanal, tocado pelo  MESTRE SALA com um pauzinho conhecido como cuba cheirosa, tocando raspando o instrumento que é feito de bambu que inicia a folia, tocado por José Ramos dos Santos e  Benedito de Arimatéia mudando a folia , bate o GAMBÁ  (toca). Instrumento que da o inicio a todos os toques para tanto para iniciar a celebração das rezas,  toque do gambá, nas casa dos devotos, tudo que o MESTRE SALA  canta os tocadores e foliões respondem.
Puxados das folias que toca o raspador, uma espécie de Cantador, 




CONFECÇÃO 

Atualmente o principal mestre na confecção de instrumentos é o mestre Zé Bentes, 70 anos, mais de 40 anos no Gambá, aprendeu a arte de confeccionar os instrumentos, caixa, tambor, aprendeu com os mais velhos da comunidade, e ainda por uma promessa por conta de uma doença.

Mestre Zé Bentes confecciona os instrumentos, além de fazer parte o grupo.


ADEREÇOS

·      Bandeira (del voar) – que está presente nas tocadas que representa as esmola, as folias, a abertura, alvorada, o símbolo impresso na bandeira em vermelho, azul e branco, com a imagem de Santa Maria

 


IDUMENTÁRIAS

·      Fardas  Camisa de cor branca com detalhes azul marinho
·      Opa  que fica por cima das fardas, sobretudo de cor vermelha com a imagem de S.Benedito pintadas na parte de traz da indumentárias.
·      Saias Floridas  para mulheres  dançarem o gambá.


DANÇA

É dançado em forma de circulo anti-horário, um atrás do outro, é originária da cultura africana, quando tinha algum tempo sem trabalhar árduo, tocavam e cantavam como meio de diversão e esquecer aquele sofrimento, tem participante que passavam até duas noites dançando.
De acordo com letra da música existe um coreografia específica, com por exemplo esta frase A CANOA VIROU, fazem movimentos sugerindo que uma canoa vire, utilizando as saias longas. Existe um momento chamado de a POMBA E O GAVIÃO, que consiste em uma espécie de caça, num movimento simulando ataque e defesa, quando os foliões deixam sozinhos um homem e uma mulher no meio do barracão que representam este animais,  ao final da apresentação um pega na cabeça do par para afirmar que é o gavião, e existe até um refrão específico para este momento:

A  DANÇA DA POMBA E O GAVIÃO (Domínio publico)

O GRUPO -  A pomba com gavião.
OS FOLÕES – Pega ele!




MANTENEDOR


            

Uma espécie de administrador dos que dançam, Mestre Chiquinho denomina o “comandante “,  era quem dizia a hora começar e de terminar a dança.  Tinha uma toalha branca no ombro.
Mestre Chiquinho(Mantenador) sua esposa Maria Eliete (dançarina de gambá) Porto de Móz

GASTRONOMIA

Na mesa dos foliões muito presença do porco é muito importante além de galinha e, mas atualmente é mais carne bovina, além do vinho servido antes de tocar com o argumento de melhoras no canto.
A festividade tem a mesa farta dos foliões,  ao terminar de comer, agradece a mesa, toda esta comida era oferecida pelo festeiro que cada noite tem um responsável, naturalmente cada festeiro deixava sua mesa mais repleta, bem diversa.
A festa que se denominava  Festa dos Padroeira dos Santos, eles criavam porcos, galinhas, a caça acontecia de alguém não ter o porco dava uma caçada. Aconteceu comigo uma vez (...) eu era JUIZ DO MATO não tinha conseguido nada, ai conseguimos um veado (como as festa inicia com a “ levantamento  do mastro, o JUIZ DO MATO é o primeiro que levanto o mastro e o outro que termina a festa depois de  nove  noites é chamado de FESTEIRO)


RAMADA




 É o barracão grande, geralmente onde acontece as folias, local de concentração das festividades, onde acontece alvorada.


MUSICALIDADE


CANTO DE ABERTURA PARA A LADAINHA
Introdução vocalize: em vozes abertas

Eh, eh, eh, ah eh, ah, eh, eh, eh, ah!

Abriste a porta do céu
Suspendemos a cortina
Chegue todos os devotos
Chegue todos a rezar.

Eh, eh, eh, ah eh, ah, eh, eh, eh, ah!

Chegue todos os devotos
Chegue todos a rezar.

Eh, eh, eh, ah eh, ah, eh, eh, eh, ah!

Gloriosa Santa Maria
Vamos todos venerar.

Eh, eh, eh, ah eh, ah, eh, eh, eh, ah!

Em cima daquele asseio
Vejo uma pedra lavada.

Eh, eh, eh, ah eh, ah, eh, eh, eh, ah!

Onde está Santa Maria
E a Família Sagrada.


Eh, eh, eh, ah eh, ah, eh, eh, eh, ah! 
 Levantando a mão direita
Pra louvar a Santa Cruz

Eh, eh, eh, ah eh, ah, eh, eh, eh, ah! 
 Pai filho e Espírito Santo
Para sempre amém Jesus.

Para sempre amém Jesus.

Eh, eh, eh, ah eh, ah, eh, eh, eh, ah! 

Bendito de Arimatéia (Ari) canta a voz principal  e Mestre Joaquim Pombo Filho (Zeca Pombo) segunda voz, pai e filho foliões nascido na comunidade da Maria Ribeira/Gurupá-PA, participam do grupo de Foliões de S.Benedito.
Em começa com um instrumento, é momento de abertura das ladainhas.



GAMBÁ

He! sereia. sereia, minha sereia,
Sereiá, sereia, sereia do Guajará

Não me fale na sereia
Não deixe sereiá
Sereiá, sereia, sereia do Guajará

He! Sereiá meu bem sereia
He! Sereiá meu bem sereia



GAMBÁ 2

Arrasta saia baiana
Faceta, faceta
A nossa senhora permita
Que eu case com a moça bonita

Vou me  embora
vou me embora pra Belém,
vou me casar com a baiana
Pra ser baiano Também.


GAMBÁ 3
Cajueiro pequenino
(...) uma Flor
Cajueiro pequenino
Carrega meu grande  amor

Cajueiro pequenino
Quem te derrubou no chão
Foi um golpe de machado
meu coração

Em cima daquela serra
Passa boi passa boiada
Só não passa moreninha

Coro (....) Cajueiro, cajuá

Você diz que eu moro longo,
Mas longe não moro não.
Moro na ponta da ilha
Dentro do teu coração.


Mandei fazer um casquinho
Da casca da melancia (...)

Mandei fazer um casquinho
Vou embarcar
Meu benzinho
Na beira de Gurupá.

Seu soubesse que tu vinhas
tinha feito um dia maior
dava um nó na fita verde,
Pra ver meu raio de sol.
(...)

"Se eu soubesse que tu vinhas, Eu fazia o dia maior, dava um nó na fita verde, Prá prender o raio do Sol". Mestre Lucindo



FOLIÕES 

MESTRE LOUREIRO - 67 anos (Francisco Loureiro Martins) de Porto de Móz -Pa
“ Quando estava com dez anos o mestre sala o convidou para entrar no Gambá (...) onde tinha festa de folia eu era chamado pra tocar Tamboro, Bandeirar , cantava e tocava samba, no Gambá (no conjunto de Gambá), passei uns vinte anos e poucos anos no Guajará (...) Os índios colocaram nós pra correr de lá, ai eu vim pra cá (Porto de Móz). Quando acaba a festa dava um comes e bebes pra nós

SR. DUCA CASTRO - Quilombo Maria da Ribeira, Gurupá-Pa
estudioso do gambá , nascido em Gurupá, quilombo da Maria da Ribeira - O  Gambá é a dança, mas este instrumento que se usa e da o nome do gambá (...) mas esse mesmo instrumento , ele estava em outro momento que seria usar ele pra celebrações, chamar um ato de fé, de oferecer e agradecer a deus(...).
Ai tinha a Gengibirra,  que era feita do gengibre. Que ela “quenta”(esquenta), você já pensou as duas horas da madrugada, num clima da floresta (naquela época a floresta completa) congelador (...), ai tinha que ter o gengibre para poder continuar batendo o samba ou instrumento para poder fazer a folia, que tem o nome de folia para a celebração, pra alvorada, esmola que é um passeio com os santos  e usando este mesmo instrumento, tinha que ter a gengibirra para poder aquecer (...).
Sempre foram  as mulheres que trabalharam e produziram, e depois dividiam com todos. A festa que se denominava  Festa dos Padroeira dos Santos, eles criavam porcos, galinhas, a caça acontecia de alguém não ter o porco dava uma caçada. Aconteceu comigo uma vez (...) eu era JUIZ DO MATO não tinha conseguido nada, ai conseguimos um veado (como as festa inicia com a “ levantação do mastro, o JUIZ DO MATO é o primeiro que levanto o mastro e o outro que termina a festa depois de  nove  noites é chamado de FESTEIRO) .
Tem muitos santos aqui no quilombo (Maria da Ribeira), tem celebração SANTA MARIA, SANTO APOLINIO, SÃO FRANCISCO, S.JOÃO, (...) no caso S.BENEDITO todos vão para Gurupá (sede), todos os foliões (...) a igreja tem uma organização que proporciona para poder manter, pelo menos a festa negra, (...) mas antes era só eram os negros  que celebravam a festa de S.Benedito usando seus instrumentos que é o TAMBOR ou TAMBORO. (...)


MESTRE ZECA POMBO - Quilombo Maria da Ribeira, Gurupá-Pa

Joaquim Pombo Filho conhecido como Zeca Pombo cantador de alvorada, samba, As Trindades, tocador de milheiro, raspador, cacetete, conhece bem as nuances dos instrumentos, vive desde os doze anos na cultura do Gambá, afirma que é uma tradição de origem negra.



MESTRE ZÉ BENTES - Quilombo Maria da Ribeira, Gurupá-Pa
O gambá é praticado em várioas localidades como o  Jocojó por exemplo.

ANA DO NASCIMENTO DE JESUS  Quilombo Maria da Ribeira, Gurupá-Pa
76 ANOS da comunidade de Maria da ribeira dançarina de gambá, desde de menina.

DEOLINDA GOMES DOS SANTOS- Quilombo Maria da Ribeira, Gurupá-Pa
 Dançarina de gambá começou com 15 anos na dança do gambá

PROFESSORA VITÓRIA - Quilombo Maria da Ribeira, Gurupá-Pa
Chegou a comunidade da Maria Ribeira, com 16 anos, trabalhou 40 anos como professora, não ouviam outras musicas, se refugiavam e criavam seus próprios instrumentos, Gambá é parte festiva da festividade. Ainda afirma que o nome da localidade por conta de uma quilombola, de nome Maria, muito querida faleceu e que os familiares não tinham condições financeiras de enterra-la no cemitério de Gurupá, que por isso seu corpo foi enterrado na comunidade mesmo, a partir deste fato local passou a chama-se Maria Ribeira.


PEDRO POMBO DOS SANTOS - Quilombo Maria da Ribeira, Gurupá-Pa
Afirma que “dança é para divertir, dificuldade da manter por conta da tecnologia, afirma q as festas, passava duas noites dançando no mesmo ritmo. “


MARIA DAS GRAÇAS S. POMBO - Quilombo Maria da Ribeira, Gurupá-Pa
Remanescente de quilombo  ‘quando se bate o tambor já se sabe que vai começar a ladaina, “  “o Gambá representa uma oração pra nós 




MESTRE VICENTE - tocador 92 anos. Porto de Móz
Todos os tocadores tocam de tudo, o santos sao s.sebastiao , s.benedito nossa senhora de Nazaré. Aprendi ouvindo com os outros, músicas sao antigas. A dente chama a juventude mas não quer, desde os 8 anos de idade trabalha nas folias, começou tocando milheiro depois passou a tocar no tamboro.

MESTRE CHIQUINHO - 81 anos. nascido em Gurupá Mirim,
Com vinte anos saiu de Gurupá onde nasceu e migrou para Porto de Móz, pescador como profissão, dentro folia era mantenador (uma espécie de administrador dos dançarino), andava esmolando com o santo. Se interessou ainda menino ouvindo os velhos tocando

MARIA ELIETE –  Porto de Móz
Começou com vinte anos dançar o gambá, que começava depois da reza, , vestia uma saia dançando com uma saia redonda. Esposa de Mestre Chiquinho, o casal se conheceu na localidade de Santa Rosa.

MESTRE EDIMICIANO
 Filho de Felício tocador de Gambá. 100 anos completos em junho de 2012, um dos mais velhos na viv6encia do Gambá, mestre sala o mestre ainda ativo na expressão de identidade.

MESTRE QUINTINO- Nasceu em Gurupá e mora em Porto de Móz
tocador de tamboro grande, desde a idade de 15 anos que andava esmolando,  as vezes atua como mestre sala. Confecciona instrumento das madeiras da região como PAU FURADO, LOURO.

FLORENTINO DOS SANTOS
nascido em Porto de Móz, como explica começou a se interessar pelo gambá “por camaradagem dos meus amigos “ ,  é alferes de bandeira, bandeireiro,
SEBASTIÃO NUNES
·               Pescador, começou com 10 anos na folia. Toca um instrumento agudo, chamado sameador (semeador), uma espécie de milheiro.

CLEIDIANE SERRA SANTANA
·                24 anos, jovem dançarina de Gambá














2 comentários:

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